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A incrível saga da campeã de Wimbledon que quase perdeu os dedos, e voltou a ganhar taças

Kvitova com seu título mais recente, em Berlim
Kvitova com seu título mais recente, em BerlimAFP
A tenista Petra Kvitova foi assaltada em sua casa em dezembro de 2016, dois anos após vencer o bicampeonato em Wimbledon. O ladrão esfaqueou sua mão esquerda (ela é canhota) e os médicos disseram que ela teria apenas 10% de chance de jogar tênis novamente.

O assaltante, que se ou por técnico de aquecedor, primeiro colocou a faca no pescoço de Kvitova, que na época era a número 11 do ranking da WTA.

Ao tentar se desvencilhar de seu agressor, ela teve os nervos do polegar e do dedo indicador dilacerados.

Sua mão foi gravemente ferida, e o indicador chegou a ficar pendurado apenas pela pele.

A tcheca quase perdeu os dedos. Mas, desafiando as previsões médicas, voltou às quadras apenas cinco meses depois.

Antes e depois da cirurgia
Antes e depois da cirurgiaTwitter/@Petra_Kvitova/@iDNES.cz

Crime e castigo

O ataque ocorreu na pacata cidade de Prostějov, no leste da República Tcheca, onde Kvitova tinha residência.

Ela já estava pronta para sair para um evento, quando alguém tocou a campainha de seu pequeno apartamento em uma região de classe média da cidade.

"Ele me pediu para ligar a torneira de água quente e, de repente, eu tinha uma faca no pescoço. Eu segurei a lâmina com a minha mão esquerda. Eu a arranquei, caí no chão e havia sangue por toda parte", contou Kvitova em seu depoimento em juízo.

Exclusivo: Kvitova fala sobre sua temporada vencedora e a chance de um tri na Inglaterra

A tenista disse ao seu agressor que precisava ir ao hospital e perguntou se ele queria dinheiro. Ele finalmente foi embora depois que ela lhe deu 10 mil coroas tchecas (cerca de R$ 2,5 mil).

O assaltante foi condenado em 2019 a oito anos de prisão.

Volta por cima

Kvitova ou por uma cirurgia de quatro horas. Os médicos alertam que não só sua carreira no tênis poderia acabar, mas ela também poderia perder os dedos.

Segundo informou a BBC, a tenista ainda não possui 100% de mobilidade em sua mão esquerda e não tem sensibilidade na ponta do indicador e do polegar.

Apenas seis meses após a operação, porém, ela já estava ganhando um título novamente (no WTA de Birmingham).

Já são 11 troféus conquistados desde o assalto.

Campeã em Wimbledon em 2011 e 2014, ela chega ao Grand Slam britânico de 2023 como uma das favoritas ao título após conquistar o WTA 500 de Berlim na semana ada.

Kvitova, hoje a número 9 do mundo, é uma heroína em sua cidade natal, a pequena Fulnek, e uma inspiração para muita gente.

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